sexta-feira, 30 de março de 2012

ESCOLA DA VIDA

 Fundada pelo filósofo Alain de Botton e prestes a abrir suas portas por aqui, essa escola leva para a sala de aula assuntos do cotidiano e sentimentos como frustração, angústia e desejos.

Um dos maiores medos na vida do estudante é fazer provas. Um momento tenso, cheio de exigências. Para ter sucesso, é necessário calma e ter estudado antes. Por maior que seja o esforço, sempre falta alguma coisa, sempre fica uma dúvida. E, de repente, o aluno se vê frente a frente com um espaço em branco que exige ser preenchido. Não é à toa que muitas pessoas sofrem do famoso "branco", um esquecimento repentino motivado pelo nervosismo.

Normalmente, em uma prova escolar precisamos responder quais foram as causas econômicas da Segunda Guerra Mundial, a solução para questões matemáticas, a velocidade de um trem ao chegar a uma cidade desconhecida. Na teoria, a escola está nos preparando para a vida. Mas que tipo de vida? Basicamente, para uma vida de trabalho. Mas e o resto? E as decepções, as dificuldades, os grandes desafios que estão para além da porta do escritório? Como podemos nos preparar para as provas diárias da vida?

E se, em vez de tudo isso, a escola perguntasse a seu aluno: "Existe algo que você sempre sonhou em fazer? Por que não fez?" Melhor: e se essa questão não estivesse numa prova e sim fosse um assunto de conversa livre com o professor. Ainda mais inimaginável: e se as dúvidas dos alunos fossem o tema de aula, palestra ou café?

Desde setembro de 2008, 50 mil pessoas passaram por uma escola capaz de responder à pergunta acima. Aliás, a situação descrita é realidade na Escola da Vida (The School of Life), um centro de aprendizado em Londres fundado para trazer de volta à escola quem ainda mantém viva sua fome por conhecimento. A questão acima existe de fato e está no "menu de conversas" de um café da manhã promovido pelo lugar.

São oferecidos cursos, palestras, refeições com conversa, experiências de fim de semana e até sermões dominicais, voltados à "realização pessoal" e a uma "vida melhor", conforme descreve o material oficial. "Todos nascemos com um desejo inato de juntar conhecimento, mais do que isso, conhecimento sobre nós mesmos. O que mata essa fome é a maneira tradicional pela qual as escolas e as universidades ensinam as pessoas. A maioria das escolas ensina coisas inúteis e deixa de ensinar o mais importante: autoconfiança, como lidar com os relacionamentos e pensamento estratégico", afirma Alain de Botton, filósofo suíço e um dos fundadores da escola.

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/escola-vida-678319.shtml

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