quinta-feira, 29 de março de 2012

ESPECIALISTA EXPLICA QUAL É A MELHOR FORMA DE COMEÇAR A CORRER

Um corre-corre contra o tempo: assim é o dia a dia da fisioterapeuta Daniela Bicalho. Em tempos de agenda cheia, ela vive correndo entre uma paciente e outra. Ela está fora de forma, e o desejo é conseguir engrenar mesmo em outro tipo de corrida. “Eu gosto de caminhada e corrida, só que eu não tenho condicionamento físico nenhum. Se eu começo a correr, eu canso”, conta.
Daniela quer começar a correr para perder peso e, principalmente, sair do sedentarismo, adotar um estilo de vida mais saudável. “Quando eu faço exercício, eu fico mais disposta, até mesmo no meu trabalho ajuda. Eu trabalho com massoterapia, drenagem linfática, e carrego uma maca portátil que pesa mais ou menos 20 quilos. Andar daqui ali com aquilo, parar o carro longe para a casa das pacientes e tudo, já fico cansada”, revela a fisioterapeuta.
Daniela acredita que correr seria o melhor exercício. Mas será que é só querer e já sair correndo? Não é bem assim. “Dois minutos de corrida já é o suficiente para estar pedindo uma bomba de oxigênio, bem cansada”, declara.
Ela não é a única que acha difícil começar a correr. Pesquisadores do Instituto de Educação Física e Desportos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) bolaram um teste. Para cada pessoa, existe um ritmo próprio.
Para descobrir qual deve ser a intensidade ideal do exercício que pretende fazer, Daniela será submetida a um teste que vai mostrar qual é a velocidade dela de transição da caminhada para a corrida.

 
O teste é simples e pode ser feito em qualquer esteira. Começa com um aquecimento, uma caminhada, em uma velocidade de cinco 5 km/h, durante dois minutos.
Depois do aquecimento, a velocidade sobe para 5,5 km/h. A partir daí, a cada 15 segundos, o ritmo aumenta em 0,1 km/h. Quando Daniela sentir que não está mais confortável caminhar depressa, ela vai ter que correr.
“Ela transitou a 6,3 km/h. Em termos práticos o que significa? Se ela caminhar além dessa velocidade, o estresse ortopédico vai ser muito grande, a fadiga vai ser muito grande, e muito provavelmente ela não vai conseguir passar de 5 a 10 minutos”, diz o professor de educação física Walace Monteiro, da UERJ.
“Quando a pessoa está mal condicionada, está um pouco acima do peso, ela não deve começar correndo. Ela não aguentaria correr muito tempo. A probabilidade de lesão seria maior e a sensação de cansaço, o estresse que o exercício provoca não são nada prazerosos”, aponta o pesquisador.
Daniela deve caminhar pelo menos 20 minutos e, no mínimo, três vezes por semana antes de começar a correr. Mas a fisioterapeuta não tem esteira e nem frequenta academia. Ela caminha ao ar livre, perto da casa dela, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro. E isso não é impedimento para acertar o passo e encontrar o ritmo certo.

 
Mas como Daniela vai usar as informações que descobriu na caminhada dela no laboratório na pista ao ar livre? “Na realidade, nós vamos dar uma caminhada. Vamos começar bem lento e vamos aumentar a velocidade para identificar o ponto exato onde ela passa da caminhada para a corrida”, explica o professor de educação física Walace Monteiro, da UERJ.
Na rua, o teste é mais rápido. É só ir aumentando a velocidade da caminhada até o momento em que é necessário correr. Neste ritmo, Daniela vai perceber as mudanças provocadas pelo condicionamento físico. Mais disposição e menos esforço. Vai chegar um momento em que o grau de cansaço na caminhada entra em queda, dia após dia.
“É nesse ponto em que você pode começar a introduzir a corrida, bem lentamente, durante 30 segundos, e volta a caminhar por dois minutos, na mesma velocidade. Depois, você vai invertendo um pouco. Você vai caminhar um minuto e corre um minuto até chegar a um determinado ponto em que você vai correr mais do que caminhar. quando você conseguir fazer isso por uns dez minutos, você está pronta para aumentar um pouquinho a sua velocidade. E daqui a uns meses, você está correndo a lagoa inteira, 7,5 quilômetros”, declara o professor de educação física da UERJ.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia

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